quarta-feira, novembro 30, 2005

Curiosidades sobre "O Projecto de Blair Witch"


Sabiam que...
- Este filme custou apenas 25 mil dólares e ganhou 140 milhões de dólares...

- Quem entrevistou a maior parte dos habitantes de Burkittsville foram os realizadores, daí os actores quase nunca aparecerem...

-Uma das entrevistadas é Sandra Sánchez, irmã do realizador Eduardo Sánchez...

- Ainda existem pessoas que acreditam que este filme é um documentário real...

- A "bíblia" do cinema: IMDb também acreditou que o documentário era real antes da sua estreia...

- Muitos espectadores queixaram-se devido às nauseas que o filme causou devido aos movimentos bruscos da câmera...

- Durante as gravações os três actores acreditavam que a bruxa Blair tinha mesmo existido...

- A gravação do filme fez-se em oito dias...

- A palavra "fuck" é dita 133 vezes no filme...

- As imagens dos três estudantes com a palavra "missig" estiveram espalhadas por Cannes enquanto os aguardavam para o festival...

Quem souber mais qualquer coisita... É só dizer!

Quem tem medo da bruxa Blair?

"Em Outubro de 1994, três estudantes de cinema desapareceram na floresta próxima de Burkittsville, Maryland, enquanto rodavam um documentário.Um ano depois o material foi encontrado."
Esta é a premissa e o texto que abre o filme "O Projecto Blair Witch". É difícil não sentir uma certa simpatia por este projecto que custou apenas 25 mil dólares e rendeu cerca de 140 milhões. Tudo começou com uma gigantesca campanha de marketing. Na internet surgiu um sem número de páginas com os rostos dos três actores principais com a palavra "missing". Outro sem número de páginas decretavam que este filme era real e que todas as situações são reais. Quando se perguntou porque razão é que só em 1997 é que este projecto teve início (afinal as gravações foram encontradas em 1995), depressa surgiu uma resposta: a mãe de Heather (de nome Angie Donahue) só cedeu o material à Haxan Films dois anos depois e após uma complicada investigação por parte de Daniel Myrick e Eduardo Sanchéz (os criadores do documentário sobre o documentário)... Subtil... Nas vésperas da estreia do filme, foi apresentado na TV nacional norte americana, um documentário sobre os três estudantes; Heather Donahue, Michael Williams e Joshua Leonard. Antigos colegas e professores realçaram as características dos três desaparecidos.
Muito se escreveu sobre este filme devido ao facto de "meter medo" mostrando muito pouco ou quase nada. A ideia foi boa mas o desenvolvimento do filme não é nada satisfatória. O tom de realismo na representação (que existe no início do filme, pois a partir do meio não existe representação mas sim histerismo) obteve-se através do improviso dos actores sobre linhas pré-defínidas. Os diálogos parecem reais? Claro que sim, eles nunca foram escritos! O mesmo aconteceria se filmássemos um grupo de amigos na praia... "Vejam, eles estão MESMO na praia e estão MESMO a dar uns mergulhos!", diriam.
Acham o filme original? Desculpe discordar de quem pense que sim... Após um século de cinema este filme pouco tem de originalidade. A receita foi retirada de outros dois filmes também "reais". Falo de "Holocausto Canibal" realizado em 1979 pelo italiano Ruggero Deodato e de "Chez Arrivez Près de Chez Vous" (em português, "Pequeno Manual para Crimes Banais") realizado em 1992 pelos belgas Rémy Belvaux, André Bonzel e Benoît Poelvoorde.
O primeiro desenrola-se na Amazónia onde a equipa de documentaristas é raptada por uma tribo de canibais e o segundo segue o percurso de um assassino em série em acção. "Holocausto Canibal" chocou imensa gente (estava-se em 1979, entanda-se, e Deodato até conseguiu enganar os jornalistas) ao ver os documentaristas a tornarem-se verdadeiras iguarias para os canibais. Claro que em certas partes existem "cortes" e a pelicula já não se encontrava "em bom estado de conservação" pois as imagens foram vendidas ao relizador por um projeccionista que quiz sempre manter o anonimato. Estes "cortes" e "pelicula em mau estado" não existe em "O Projecto de Blair Witch"... Em contrapartida existem imagens desfocadas e câmaras embaciadas...
Existem também semelhanças com o filmes belga. Três estudantes: um realizador, um cameraman e um encarregue da sonoplastia. Um cenário bastante semelhante: um edifício abandonado. Uma cena semelhante: uma correria (segundo o ponto de vista de quem filma) por umas escadas poeirentas abaixo.
Destes três filmes penso que "Pequeno Manual para Crimes Banais" fica a ganhar: o tom de documentário é o veículo do filme e não o fim. O plano final dos três filmes é igual (era impossível ser de outra forma): a última pessoa a ser eliminada é quem tem a câmara na mão.
Após eu ter estudado todos estes pontos; o que existe a acrescentar ao "O Projecto de Blair Witch"? Gritos, escuridão, câmaras muito agitadas e pouco mais...
Curiosidades sobre este filme "real" ficam para o próximo "post"!

terça-feira, novembro 29, 2005

O Grito

"O Grito" deve ser a obra mais conhecida do pintor Edvard Munch. Mais conhecida e certamente a mais discutida, estudada e controversa. As suas cores primárias e fortes chamam logo a atenção. Se alguém dispuser de tempo e atenção para estudar esta obra, quase consegue ouvir o terrível grito. O personagem central encontra-se parado, com as mãos no rosto e a olhar para algo que o faz soltar um dos mais angustiados gritos que é conhecido na história da pintura. As pinceladas irregulares dão-nos a ideia da expansão desse grito que termina por abranger toda a obra. Talvez seja esse abrangimento total da tela com um pavoroso grito que torna esta obra tão mórbida mas ao mesmo tempo tão enigmática e cativante.

domingo, novembro 27, 2005

Desvendar Mulholland Dr.

Muito boa gente se lamentou por não compreender o fantástico filme "Mulholland Dr". David Lynch resolveu então dar 10 pistas que "ajudam" a elucidar o filme. Aqui estão:
01: Antenção ao início do filme. Pelo menos duas pistas são reveladas antes do início.
02: Atenção às sombras da lâmpada vermelha.
03: Consegue ouvir o título do filme para o qual Adam Keshler está a fazer audições? Volta a ser mencionado?
04: Um acidente é um acontecimento terrível... Preste atenção ao local do acidente.
05: Quem entrega uma chave e porquê?
06: Repare no vestido, no cinzeiro e na chávena de café.
07: O que sente, acontece e se reúne no clube "Silêncio"?
08: Apenas o talento ajudou Camilla?
09: Repare no que acontece em torno do homem que está nas traseiras do "Winkies".
10: Onde está a tia Ruth?

sexta-feira, novembro 25, 2005

Carta de Mrs. Woolf para Mr. Woolf

"Meu muito querido:
Tenho a certeza de que estou novamente a enlouquecer: sinto que não posso suportar outros desses terríveis períodos. E desta vez não me restabelecerei. Começo a ouvir vozes e não me consigo concentrar. Por isso vou fazer o que me parece ser o melhor. Deste-me a maior felicidade possível. Foste em todos os sentidos tudo o que qualquer pessoa podia ser. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes até surgir esta terrível doença. Não posso mais lutar contra ela, sei que estou a destruir a tua vida, que sem mim poderias trabalhar. E trabalharás, eu sei. Como vês, nem isto consigo escrever como deve ser. Não consigo ler. O que quero dizer é que te devo toda a felicidade da minha vida. Foste inteiramente paciente comigo e incrivelmente bom. Quero dizer isto - toda a gente o sabe. Se alguém me pudesse ter salvo, esse alguém terias sido tu. Perdi tudo menos a certeza da tua bondade. Não posso continuar a estragar a tua vida. Não creio que duas pessoas pudessem ter sido mais felizes do que nós fomos.
Virginia"

Esta foi a carta que, segundo a autobiografia de Leonard Woolf, Virginia Woolf lhe deixou antes do seu suicídio.

quarta-feira, novembro 23, 2005

As Horas

Richard: "Não sei se posso enfrentar isto. A festa e a cerimónia, sabes, e depois a hora a seguir, e a outra depois dessa."
Clarissa: "Não tens de ir à festa. Não tens de ir à cerimónia. Não tens de fazer nada, absolutamente nada."
Richard: Mas ainda há as horas, não é verdade? Uma e depois outra, e nós suportamo-las todas e depois, Meu Deus, há mais outra."

Michael Cunningham; "The Hours"

terça-feira, novembro 22, 2005

Uma Caminhada pelo Louvre

Enquanto a minha visita à cidade-luz, uma paragem é obrigatória para qualquer estudante de arte. Refiro-me evidentemente ao Louvre, um dos maiores museus da Europa. Durante a visita fui apreendendo algumas curiosidades que penso serem interessantes serem reveladas.
Por exemplo, se percorrermos a pé todo o perímetro do edifício, a caminhada é de quatro quilómetros e meio. Se pararmos em frente de todas as peças lá expostas durante um minuto, levamos quatro meses para chegar à última obra.
Uma das entradas é através da neo-moderna pirâmide de vidro. Esta obra (muito contestada na época e ainda hoje) foi concebida pelo arquitecto I. M. Pei. A pirâmide tem quase 22 metros de altura e possui exactamente 666 painéis de vidro.
Após a publicação dos livros "O Segredo dos Templários" e "O Código DaVinci" que a procura da Mona Lisa subiu consideravelmente. De tal forma que por todo o edifício podemos encontrar setas com a foto da referida obra a indicar o trajecto até à sala onde este famoso quadro se encontra.
PS: Uma pequena advertência a quem ainda não visitou o Louvre; levem sapatos muito usados e já bem moldados aos vossos pés. Senhoras; sapatos de salto alto não são aconselhados. Fumadores; força na nicotina enquanto compram os bilhetes. Se desejarem tirar fotos, não são aconselhados flashes (a alternativa é o telemovel e mesmo assim fui apanhado pelos seguranças três vezes ao tirar fotos para uma amiga). Não pensem que irão apreciar razoavelmente a Mona Lisa. Na realidade, devido ao diminuto tamanho da obra e à quase obscena distância "de segurança", apenas se visualiza bem a moldura.
O Louvre é uma paragem obrigatória.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Palavras de Leila Míccolis

"Eu não tenho vergonha de dizer palavrões.
As mentiras usuais que nos fodem subtilmente,
essas sim são imorais, essas sim são indecentes."
Leila Míccolis

Memórias de Eugene Morris Jerome

Kate (mãe): I need bread.
Eugene (filho adolescente): What?
Kate: I don't have enough bread. Run over to Greenblatt's and get me a fresh rye bread.
Eugene: Again? I just came back from Greenblatt's.
Kate: So you'll go again.
Eugene: I'm always go to the store. When I grow up that's all I'll be trained to do, go to the store.
Kate: You don't want to go...? Never mind, I'll go!
Eugene: Don't to that! Don't make me feel guilty. I'll go.
Kate: And get a quarter pound of butter.
Eugene: I bought a quarter pound of butter this morning. Why don't you buy a half pound at a time?
Kate: And suppose the house burned down this afternoon! Why do I need an extra quarter pound of butter?
Eugene: If my mom taught logic in high school, this would be a weird country...

sábado, novembro 19, 2005

Recordações Cinematográficas...

Título do primeiro filme português: "Saída do Pessoal Operário da Fábrica Confiança"
Realizador: Aurélio da Paz dos Reis
Duração: 1 minuto (aproximadamente)
Ano: 1896
Preço do bilhete da primeira projecção: 50 centavos
Preço de venda ao público de um cinematógrafo em 1896: 1500 francos
Duração média de um filme em 1896: 1 minuto
Duração média de um filme em 1910: 15 minutos
Número de filmes produzidos pelos irmãos Pathé entre 1896 e 1904: 1000 (o que fez deles os primeiros produtores do mundo)
Número de filmes rodados por Méliès em 1896: 80 (de 1 a 2 minutos cada)
Primeira longa metragem de ficção: "The Story of the Kelly Gang" (1906)
Primeiro filme reconhecido como obra de arte: "L'Assassinat du Duc de Guise" (1908)
Maior orçamento até 1909: 30 000 dólares (para uma versão australiana de Napoleão)

sexta-feira, novembro 18, 2005

Michael Nyman e eu, Diamanda Galás e eu...

Estou zangado!
Porque não moro mais para o centro do país em vez de aos pés de Lisboa plantado? Este ano já perdi dois espectáculos que ocorreram no Porto. O primeiro foi o de Diamanda Galás na Casa da Música... "Existirão outras oportunidades", pensei. Hoje vou perder outro... Michael Nyman a executar a música que ele compôs para o filme mudo made in União Soviética, "Man With a Movie Camera". Esta sensação de perda apagar-se-á se eu der a mim mesmo umas palmadinhas nas costas e disser: "existirão outras oportunidades?"...
Ainda estou à espera de me ver a perder um espectáculo de Philip Glass...
Não, isso não! Já perdi a ópera "White Raven" na Expo 98, mas isso foi apenas um pequeno deslize... Nem que ele vá à mais recôndita terrinha em Trás-os-Montes, eu estarei lá! Algo me diz que não serei o único...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Salvador Dalí

Salvador Dalí é um dos meus pintores favoritos. Podem adorar ou odiar mas ninguém lhe fica indiferente. O surrealismo é levado até às ultimas consequências nas suas obras. Desde "Sonho Causado Pelo Voo de uma Abelha à Volta de uma Romã um Segundo Antes de Acordar" (1944) até à "A Ultima Ceia" (1955) que decorre num ambiente futurista e onde todos os apóstolos têm a face oculta, Dalí sabia como apreender a atenção às suas obras. Porém, o quadro mais famoso é talvez "A Persistência da Memória" (1931), representado ao lado, que na realidade é um dos seus quadros mais pequenos (24x33 cm). A paisagem é fácil de identifícar: trata-se indiscutivelmente de um hino à sua terra natal; Figueras. Mas o que desperta mais atenção é a flacidez dos relógios dependurados e da própria figura de Dalí no chão. Todas estas "deformações" talvez demonstrem a preocupação humana relativamente ao tempo e ao espaço (logo relacionados com a memória). Gala previu que quem visse este quadro jamais o esqueceria. De facto o êxito foi tal que, muito mais tarde, Dalí regressou ao tema da memória com mais duas pinturas: "Desintegração da Persistência da Memória" e "Relógio Mole no Momento da Sua Primeira Explosão", ambos datados de 1954.

"Todas as manhãs, quando acordo, eu experimento uma excepcional alegria - alegria de ser Salvador Dalí - e de súbito me pergunto: que coisas maravilhosas vai este Salvador Dalí aprontar hoje?". - Salvador Dalí

quarta-feira, novembro 16, 2005

O Manifesto de Cecil B. Demente

O Manifesto
"Poder para o povo que castiga o mau cinema!
Terroristas do Cinema, juntem-se à revolução contra os filmes de Hollywood! Erguer-nos-emos dos lugares vazios das boas salas de cinema e tomaremos o ecrã. Fora com os remakes em inglês de filmes estrangeiros. Não aos filmes estúpidos baseados em jogos de video. Não às sequelas de grandes êxitos comerciais.
Torna-te um anjo vingador do cinema independente!
Quando dizemos "acção", queremos mesmo dizer "ACÇÃO"!
Tragam os filmes de guerra de volta às salas de cinema de bairro e castiguem aqueles que se manifestem contra o vosso próprio tipo de entretenimento. Parem com a distribuição em massa de filmes mediocres.
Isto é um aviso para todos os fãs do cinema comercial:
VAMOS ENTERRAR-VOS!
Não importa os meios que tivermos de utilizar, temos que nos apoderar do cinema e torná-lo nosso! O cinema independente não tem limites. O sistema de Hollywood retirou-lhe o sexo e agregou a violência e já nada resta ao nosso cimema.
Por isso tragam de volta o sonho!
MORTE AOS CINEMATOGRAFICAMENTE INCORRECTOS!
Estamos vivos e a fazer filmes."

Nota: Mr. Lynch é contra qualquer tipo de violência. Mas se pensarmos bem, John Waters quando realizou "Cecil B. Demented", sabia do que estava a falar...

terça-feira, novembro 15, 2005

Frases Famosas

"Play it, Sam. Play As Time Goes By..."

domingo, novembro 13, 2005

Conta Comigo


Stand by Me ("Conta Comigo", em português) foi o filme que mais me impressionou até hoje. Esta pequena película (que vi na TV por mero acaso) transporta qualquer pessoa para o fim da sua infância. Apesar da história se desenrolar nos anos 60, ela faz recordar os nossos antigos amigos, as conversas e as peculiares situações que vivemos, independentemente da nossa idade. Posso ser suspeito ao escrever tudo isto... O filme é baseado numa pequena história de um dos meus escritores favoritos (Stephen King) e tem o fantástico desempenho de um actor que, para mim, foi uma autêntica estrela: River Phoenix (à esquerda na foto). Vejam o filme e depois digam qualquer coisa. Penso que estas duas situações não interferem para eu considerar este filme como "o filme da minha vida" (e eu que nem sou fã dos filmes norte-americanos). O fim é deslumbrante apesar do mau augúrio do trágico desaparecimento de River Phoenix. Mas se o corpo é a prisão da alma, onde quer que ele esteja, estará certamente a brilhar com a sua conduta de vida exemplar.

Saddest of Sundays

Esta música pode ser mórbida e triste. Porém, foi ela que me inspirou em muitas obras e me ajudou a atravessar dificeis fases da minha vida. Leiam (e ouçam) com o espírito aberto e encontrarão um significado. Apesar de ser uma estranha forma de começar um blog, aqui vai ela...

Gloomy Sunday
Sadly one Sunday
I waited and waited
With flowers in my arms
All the dream has created
I wait 'til dreams,
Like my heart, were all broken
The flowers were all dead
And the words were unspoken
The grief that I know
Was beyond all consoling
The beat of my heart
Was a bell that was tolling

Saddest of Sundays

Then came a Sunday
When you came to find me
They bore me to church
And I left you behind me
My eyes could not see
What I wanted to love me
The earth and the flowers
Are forever above me
The bell tolled for me
And the wind whispered, "Never!"
But you I have loved
And I bless you forever

Last of all Sundays