sábado, julho 29, 2006

Saint Of The Pit

Diamanda Galás... No seu melhor

quarta-feira, julho 26, 2006

If You Forget Me

"I want you to know one thing.
You know how this is:
if I look
at the crystal moon, at the red branch
of the slow autumn at my window,
if I touch near the fire
the impalpable ash
or the wrinkled body of the log,
everything carries me to you,
as if everything that exists,
aromas, light, metals,
were little boats
that sail
toward those isles of yours that wait for me.

Well, now,
if little by little you stop loving me
I shall stop loving you little by little.
If suddenly
you forget me
do not look back for me,
for I shall already have forgotten you."

Poema: "If You Forget Me" (excerto) de Pablo Neruda
Imagem: "Paris, Texas" de Wim Wenders

quinta-feira, julho 20, 2006

Lights, Camera, Action! We're Ready For You Mr. Warhol

Minimalista, vanguardista, um génio do experimental... É assim que muitos vêm Andy Warhol, o artista plástico que impulsionou a pop-arte. Warhol não ficou apenas conhecido pelas suas pinturas. Na industria cinematográfica ele deixou a sua marca em mais de 70 filmes; ora como realizador, ora como produtor ou actor. Se filmes como "Mario Banana" (1964) ou "Eat" (1963) a duração é de 4 minutos e 45 minutos respectivamente, outras obras existem, com a duração de 6 horas e 30 minutos, tal como "Sleep" (1963) ou 1100 minutos, como "****" (1967).
Warhol teve a ideia de filmar "Sleep" quando se encontrava no hospital depois de ser alvejado por Valerie Solanas. Ele confessou a um amigo que desejava filmar Brigitte Bardot a dormir durante 8 horas. Porém, quando viu John Giorno a dormir, ele mudou de ideias. Ficámos sem saber se algum dia Brigitte Bardot aceitaria ser filmada durante o seu sono... A ideia de "Eat" surgiu quando Warhol viu Robert Indiana a comer. As directrizes ao "actor" foram simples de dar... Degustar um cogumelo durante o maior período de tempo possível. Et "voilá"! Aí temos 45 minutos de filme. Possuo estes dois filmes em meu poder, gravados por mim mesmo, em VHS, quando a sua transmissão no saudoso canal francês ARTE. Confesso porém que sou mais apreciador de Warhol como produtor do que como realizador. Numa das minhas (muitas) visitas à Fnac, encontrei uma trilogia que, tal como os filmes acima referidos, nunca pensei encontrar. Refiro-me a "Flesh" (1968), "Trash" (1970) e "Heat" (1972), realizados por Paul Morrissey e produzidos por Warhol. Estes três filmes contam com a presença de Joe Dallesandro (que se estreou em "****") e vários actores e actrizes-fetiche de quem rodeava Warhol (como por exemplo Candy Darling, Geraldine Smith ou Sylvia Miles). A edição desta trilogia, levada a cabo por uma editora italiana) está óptima (apesar de má qualidade de "Flesh" mas isso deve-se à má conservação do filme), com um disco extra cheio de documentários e entrevistas de época e actuais. Para quem gosta de Andy Warhol, uma pérola!
IMAGEM: Joe Dallesandro em "Flesh".

sexta-feira, julho 14, 2006

Frases Famosas III

Blance DuBois: I don't want realism. I want magic! Yes, yes, magic! I try to give that to people. I do misrepresent things. I don't tell truths. I tell what ought to be truth.
Ufa! Nada fácil escolher uma das inúmeras frases famosas que existem neste "A Streetcar Named Desire" de Elia Kazan (1951)

segunda-feira, julho 10, 2006

Adeus (Mundial) E Até Ao Nosso Regresso...

Parabéns à nossa equipa!
Conseguimos o 4º lugar que já não foi nada mau (se considerarmos que estávamos no 8º lugar nas expectativas mundiais).
Agora que o Mundial terminou (o "opium" do povo), chegou o momento de todos regressarmos ao dia-a-dia e encararmos de frente os problemas nacionais que durante este período pareceram estar extintos (ou será que estiveram apenas esquecidos?).
PS1: Parabéns à Itália.
PS2: Não tenho nenhum ressentimento frente aos gauleses mas sim ao árbitro Jorge Larrionda. Afinal, em termos de cultura, os franceses são o povo que mais nos respeita e apoia.

domingo, julho 09, 2006

At The Dark End Of The Street

"At the dark end of the street that is where we always meet
Hiding in shadows where we don't belong living in darkness, to hide along
You and me, at the dark end of the street.
I know a time has gonna take it's tool, we have to pay for the love we stole
It's a sin and we know it's wrong, oh, our love keeps going on strong
Steal away to the dark end of the street.
They gonna find us, they gonna find us
They gonna find us someday
You and me
At the dark end of the street
You and me..."

Poema: Andrew Strong
Imagem: "Memory" de Sergei Savchenko

quarta-feira, julho 05, 2006

As Relíquias do Comércio Tradicional

Passando pela baixa pombalina e evitando as habituais lojas que já conheço na Rua Augusta, resolvi enveredar pela Rua da Prata. Eis que, mais uma vez, me deparei a visualizar uma loja onde nunca entrara apesar do interesse que ela sempre me despertou... Uma pequena discoteca que ainda vende discos de vinil além dos habituais compact discs. Entrei. Apesar de já não ter um leitor de discos vinil razoável (o que tenho encontra-se, penso eu, irremediavelmente danificado) resolvi analisar os discos. Eis que me deparei com uma verdadeira relíquia: a banda sonora do filme "Le Mépris" de Georges Delerue. Perguntei de imediato ao funcionário se não tinha aquele disco em cd. O funcionário (que baptizei de imediato como dono da loja e penso que não me equivoquei) interrompeu uma agradável conversa com outro homem, e atendeu à minha questão. Talvez ele seja uma pessoa conhecedora das centenas de produtos que possui na sua loja ou então talvez se interesse pela música dos filmes da "nouvelle vague", pois de imediato me respondeu que não mas... disse-me que possuía um cd do Georges Delerue com algumas músicas deste excepcional filme.
A compra foi feita de imediato. Excepcional disco! Além de músicas do filme "Le Mépris", o disco contém músicas de outros intemporais filmes tais como "La Peau Douce" de François Truffaut, "Cartouche" de Philippe de Broca ou "L'Aîné des Ferchaux" de Jean-Pierre Melville. O que fiz o "velhinho" disco de vinil de 33 rotações? Depois de vaguear por ele pela pequena loja, tentando decidir se o comprava ou não (após uma dispendiosa compra na FIL e as compras ainda não tinham terminado!!!), resolvi pôr em prática um ensinamento que uma querida amiga compartilhou comigo (que por razões mais que óbvias não vou dizer qual é ;-P )... Agora procuro alguém que saiba manusear os ultrapassados gira-discos para regressar a esta lojinha tradicional e verificar se a relíquia "Le Mépris", la bande originale du film, ainda lá se encontra à minha espera... tal como me foi instruído.