sábado, abril 25, 2009

Cahiers Du Cinéma Portugais - VI

Na madrugada de 25 de Abril de 1974, o Rádio Clube Português emite a célebre e interdita canção de Zeca Afonso, "Grândola Vila Morena". Trata-se um código combinado com o clandestino Movimento das Forças Armadas que nessa madrugada levou um grupo de capitães a executar um golpe de estado e acabar com o regime do Estado Novo. O capitão Salgueiro Maia marcha com o seu regimento sobre Lisboa, decidido a tomar a capital sem derramamento de sangue. Entretanto, Manuel, um outro veterano da guerra de África, toma com um punhado de camaradas o Rádio Clube Português que se vai transformar no centro difusor do progresso da revolução. Maia chega a Lisboa e estaciona-se no Quartel do Carmo onde espera uma reacção de Marcelo Caetano.


"Capitães de Abril" foi o projecto mais arrojado da carreira da actriz Maria de Medeiros, na sua qualidade de realizadora. Trata-se de uma das mais impressionantes produções do cinema português e a mais cara à data da sua produção (900.000 contos). Após 13 anos de amadurecimento e partindo das memórias do capitão Salgueiro Maia, Maria recria com sensibilidade e emotividade o dia que mudou um país. Um golpe de estado absolutamente genial, na sua concepção e execução, que espantou o Mundo e que Maria aborda com contagiante entusiasmo, misturando personagens reais com imaginários. Um belo filme de reconstituição histórica, montado com sinceridade, romantismo e inteligência, que é no limite uma justa homenagem à memória de Salgueiro Maia e a um dia inesquecível que mudou Portugal.


Título: "Capitães de Abril"
Realização: Maria de Medeiros
Produção: Jacques Bidou
Intérpretes: Stephano Accorsi, Maria de Medeiros, Joaquim de Almeida, Frédéric Pierrot, Fele Martinez, Luís Miguel Cintra
Ano: 1999
Edição em DVD: Lusomundo


Imagem e vídeo: Lusomundo
Post já publicado no blog "O Bar de Ossian"

6 comentários:

SAM disse...

Estacionei e fiquei aqui maravilhada! Hoje li belos poemas....Mas aqui desfrutei da beleza da apresentação do seu texto e deste video, aprendendo mais um pouquinho. Desconhecia o filme e adorei!!! Obrigada pela partilha, amigo. Beijos e ótimo domingo.

DarkViolet disse...

Cada toque de liberdade é único. O voo aberto ao sentido delicado da respiração, sopro a elevar sensações

mdsol disse...

Vi o filme! Como andei por lá no dia mesmo mesmo, achei uma leitura interessante!

:))

Mr. Lynch disse...

SAM;
Obrigado. Tenha uma boa semana.





DarkViolet;
Sim, o toque da liberdade é único.





Mdsol;
Vejo que mudaste a tua imagem de apresentação :)
Então assististe à revolução «por dentro»...
:)

bettips disse...

Um belo poema para uma Revolução, tanto mais por ser "traduzido" por gente mais jovem.
A não esquecer, por mais que vozes se misturem e tempos se enevoem.
Abç

Mr. Lynch disse...

Bettips;
Sim, que nunca se esqueçamos que a liberdade que conseguimos foi conquistada muito a custo.
Abraço