Não é fácil ouvir a música do compositor minimalista La Monte Young. Atrevo-me mesmo a dizer que é necessário muito treino para se conseguir ouvir (e apreciar) um disco completo deste compositor que, sem dúvida alguma, classifico como um dos mais vanguardistas de sempre.
O disco "The Tamburas of Pandit Pran Nath" trata-se de uma homenagem ao grande vocalista Pandit Pran Nath, com quem La Monte Young estudou música nos anos 70. A influência espiritual e musical desse período passado nos Himalaias, levou à criação deste disco, onde La Monte Young mistura zumbidos de instrumentos indianos com zumbidos electrónicos, criando assim uma simulação tecnológica do yin-yang. O disco contém apenas uma única faixa de aproximadamente 75 minutos, onde a música é constante, possuí sempre o mesmo "tempo" e não tem quaisquer interrupções.
O minimalismo de La Monte Young encontra-se na fronteira do espaço psico-acústico, representa "O Radicalismo" da música moderna, trata-se de um buraco negro sonoro onde todas as noções musicais desaparecem.
4 comentários:
Não conheço La Mote Young,mas deixaste-me de ouvido curioso...*
SGC (Clarissa);
O ditado "primeiro estranha-se depois entranha-se" aplica-se perfeitamente ao Le Monte Young!
Penso que irás gostar (embora muita gente me diga que possuo um gosto musical muito duvidoso)...
*
provavelmente não é o meu género, mas fiquei curiosa caraças.
Candida;
O minimalismo é um movimento cultural deveras interessante. La Monte Young utiliza de forma austera os 3 principais elementos deste género musical: repetição (por vezes extensa com pequenas variações), continuidade (notas suspensas durante períodos de tempo indeterminado) e utilização de instrumentos electrónicos em conjunto com instrumentos clássicos.
Apesar de este se tratar de um álbum (quase) hipnótico, sugiro-o veemente. Trata-se de La Monte Young no seu melhor.
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