"É um filme sobre arte e sobre a forma como a arte afecta a vida. Gostei imediatamente do filme e achei-o extremamente interessante, com imensa qualidade, tanto no argumento como na realização, como na actuação, em tudo. É um desafio enorme para um compositor porque... Como é que a música vai funcionar nisto? E a mim pareceu-me, ao ver o filme pela primeira vez, que a música tinha de transmitir a estrutura do filme. A história é muito complicada e achei que a música desempenharia um papel muito importante no filme. Deveria torná-lo acessível e compreensível, para que as histórias não parecessem distintas mas sim ligadas. Por isso, para mim, a música tinha de ser o fio que unia o filme.
Poder-se-ia pensar que poderia ter composto uma música diferente para cada período. Eu disse que não faria assim. Escrevi a mesma música para acompanhar as três personagens. À medida que essas personagens voltam a aparecer, surgem variações desses temas e a música que se ouve é a mesma música do filme inteiro.
Eu escolhi o piano, porque queria um instrumento que fosse muito pessoal e que pudesse atravessar períodos muito fácilmente. O piano consegue fazer isso. Combinei-o com uma orquestra de cordas para lhe dar uma densidade de peso sonoro. Do mesmo modo que olhamos para trás através do tempo, olhamos para trás e para a frente ao mesmo tempo."
Philip Glass
(continua)
2 comentários:
Minha cara amiga;
Penso que pouca gente não sabe que este filme é quase uma biblia cinematofráfica para nós os dois. Mas o teu (grande) reparo ficou anotado! ;-)
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Cara amiga;
Penso que se trata de uma excelente ideia! Com os nossos conhecimentos deste filme, penso que vai ser uma tese muuuuuuito longa! ;-)
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