terça-feira, janeiro 10, 2006

Na Margem do Rio Piedra

"Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei. O frio do Inverno fez com que eu sentisse as lágrimas na face, e elas misturam-se com as águas geladas que corriam diante de mim. Em algum lugar, este rio junta-se com outro, depois com outro, até que - distante dos meus olhos e do meu coração - todas estas águas se confundem com o mar. Que as minhas lágrimas corram assim para bem longe, para que o meu amor nunca saiba que um dia chorei por ele. Que as minhas lágrimas corram para bem longe, e então eu esquecerei o Rio Piedra, o mosteiro, a igreja nos Pirinéus, a bruma, os caminhos que percorremos juntos. Eu esquecerei as estradas, as montanhas e os campos dos meus sonhos - sonhos que eram meus, e que eu não conhecia."
Paulo Coelho - "Na Margem do Rio Piedra eu Sentei e Chorei" - 1994